Yasunari Kawabata (1899 - 1972)

Obra Contos da palma da mão
País Japão
Direção Flávio Stein
Música (Violoncelo) Thomas Jucksch
Mediação Paulo Soethe


Biografia
Prêmio Nobel de 1968, Yasunari Kawabata é considerado um dos representantes máximos da literatura japonesa do século XX. Nascido em Osaka em 1899, interessou-se pela literatura ainda adolescente, principalmente clássicos do Japão, que viriam a ser uma de suas grandes inspirações. Kawabata estudou literatura na Universidade Imperial de Tóquio e foi um dos fundadores da Bungei Jidai, revista literária influenciada pelo movimento modernista ocidental, em particular o surrealismo francês. Acompanhado de jovens escritores, defenderia mais tarde os ideais da corrente neo-sensorialista (shinkankakuha), que visava uma revolução nas letras japonesas e uma nova estética literária, deixando de lado o realismo em voga no
Japão em prol de uma escrita lírica, impressionista, atravessada por imagens nada convencionais. Desgastado por excesso de compromissos, doente e deprimido, Kawabata suicidou-se em 1972.


Indicações bibliográficas
O Lago. São Paulo: Estação Liberdade, 2010.
O Som da Montanha. São Paulo: Estação Liberdade, 2009.
Contos da Palma da Mão. São Paulo: Estação Liberdade, 2008.
A Dançarina de Izu. São Paulo: Estação Liberdade, 2008.
Kyoto. São Paulo: Estação Liberdade, 2006.
Mil Tsurus. São Paulo: Estação Liberdade, 2006.
A Casa das Belas Adormecidas. São Paulo: Estação Liberdade, 2004.
O País das Neves. São Paulo: Estação Liberdade, 2004.
Beleza e Tristeza. Rio de Janeiro: Globo, 2004.


[ Ela, que vivera sempre perseguindo amores intensos, mesmo agora que estava enferma, não conseguia conciliar o sono sossegado sem sentir, no seu pescoço ou no peito, o braço de um homem. Entretanto, quando seu estado se agravou, ela implorava:
— Segure meus pés! Não posso suportá-los tão tristes. [...]
No entanto, inesperadamente, as mãos dele tremeram. Sentiu a sensualidade da mulher vinda dos pequenos pés. Aqueles pequenos e frios pés nas palmas de suas mãos suscitaram nele o mesmo prazer de tocar nos pés quentes e úmidos dela. Envergonhou-se das próprias sensações que pareciam profanar os momentos sagrados da morte da namorada. Mas aquele pedido para ele segurar os pés dela não teria sido seu último recurso da arte do amor? Ao pensar nisso, ficou aterrorizado ante a exacerbada feminilidade daquela mulher.]

[ p. 348-9, trecho do conto A máscara mortuária de Contos da palma da mão, tradução: Meiko Shimon ]

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