Texto: Marcio Renato dos Santos
Foto: Valdir Silva
Eduardo Giacomini, Elenize Dezgeniski e Felipe Ayres na edição de junho de 2010 do projeto 20 Narrativas do Século 20
Projeto de Flávio Stein e Leandro Daniel Colombo chega ao terceiro ano, unindo literatura, dramaturgia, música e debate no Teatro da Caixa
Hoje, a partir das 20 horas, tem início o projeto EntreMundos – Mundo da Leitura, Leitura do Mundo, no palco do Teatro da Caixa, com as leituras de um trecho de Decamerão, do italiano Giovanni Boccaccio (1313-1375), de um conto do livro A Nova Califórnia e Outros Contos, de Lima Barreto (1881-1922) e de um trecho de Cada Homem É uma Raça, coletânea de contos de Mia Couto, nascido em 1955 em Moçambique.
O roteiro de EntreMundos... é o seguinte: por volta das 20 horas, uma mestre de cerimônias – hoje é a professora do curso de Letras da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Patrícia Cardoso – recebe o público e faz a apresentação dos textos que serão lidos. Em seguidas, atores fazem a leitura: nesta primeira edição, o ator Luiz Carlos Pazello e a diretora Silvia Monteiro entram em cena. As leituras são acompanhadas de performances musicais ao vivo e, na estreia da proposta, as artistas convidadas são as cantoras Cris Lemos e Thayana Barbosa. Após as leituras, a apresentadora se torna a mediadora da discussão, que não tem hora para terminar.
Neste ano, acontecerão outros nove encontros (leia mais no quadro ao lado), nos quais serão lidos textos de 25 autores no total – para cada edição, há um novo time de convidados. O curador do projeto, Flávio Stein, conta que, nas duas edições anteriores, o público prestigiou as leituras e discussões. Em 2009, a proposta se chamava Brasis: Leituras Plurais, somente com textos de autores brasileiros; ano passado, o título era 20 Narrativas do Século 20, com foco em obras de autores de diversos países.
“De universitário a senhoras e senhores aposentados, o público do projeto é variado. Na plateia, há músicos, atores, dramaturgos, escritores, profissionais liberais, enfim, pessoas que gostam de ler”, diz Stein.
Conhecido pela sua atuação como músico e dramaturgo, Stein diz estar feliz e realizado à frente desta proposta de fomento à leitura, que tem Leandro Daniel Colombo na direção executiva. O curador conta que, antes do início do projeto, em 2009, ele tinha dúvidas a respeito de qual seria a reação do público. Para a sua surpresa, desde os primeiros encontros, cerca de 90% da plateia permanece no teatro após a leitura para participar das discussões.
Quando as pessoas dizem que, depois dos bate-papos, pretendem “sair correndo para comprar os livros lidos e comentados”, Stein sente estar no caminho certo. “Despertar nas pessoas o gosto pela leitura é algo realmente mágico”, afirma.
Diferentemente das edições anteriores, nas quais havia limites, ora em autores do Brasil, ora em escritores estrangeiros, em 2011 não há mais fronteiras. Além dessa possibilidade de viabilizar tanto a leitura de um livro de Miguel de Cervantes como de um de David Foster Wallace, Stein anuncia que, no mês que vem, serão lidos textos de Luís Henrique Pellanda, Assionara Souza e Paulo Venturelli, três autores contemporâneos que vivem em Curitiba. “A expectativa é de que eles estejam na plateia, para ouvir as leituras e participar das discussão. Desde já, o encontro tem tudo para se tornar histórico”, finaliza Stein.
Nenhum comentário:
Postar um comentário