Texto: Jean Tossin
A CAIXA Cultural apresenta, na próxima quarta (3), às 20h, a sexta edição do projeto “EntreMundos – Mundo da Leitura, Leitura do Mundo”, com obras de dois autores de língua espanhola: o espanhol Miguel de Cervantes e o chileno Roberto Bolaño. Os textos serão lidos por Débora Vecchi e por Marcelo Munhoz, que também assina a direção desta edição do projeto. As palavras dos dois escritores serão acompanhadas pelo som dos alaúdes de Silvana Scarinci e Roger Burmester e a mediação do bate-papo fica a cargo de Isabel Jasinski.
De acordo com o diretor Marcelo Munhoz, os dois autores serão, de certa forma, confrontados. “Optei por assumir a contextualização do Bolaño e a descontextualização de Cervantes”, explica ao citar as diferenças temporais entre os dois e a proximidade histórica com o escritor chileno. “Enquanto o primeiro faz questão de afirmar que está de acordo com as convenções da sua época, Bolaño deixa que o ímpeto siga seu caminho, literariamente falando”, completou.
Munhoz também lembrou o fato de que os dois autores exigem uma leitura atenciosa. “Cada um, por ir muito a fundo no que se propõe, exige uma dicção muito própria, muito precisa”, destacou o diretor.
De Bolaño, serão lidos trechos de “Putas Assassinas”, uma coletânea de 13 contos publicada em 2001. Uma das características mais visíveis desta obra é o confronto entre os limites da realidade e da imaginação, sendo que o exílio foi tema de grande parte destes contos. O autor passou parte da adolescência no México e retornou ao Chile na época do golpe militar e foi preso por um breve período por estar ligado à revolução socialista. Conseguiu voltar ao México e, posteriormente, foi para a Espanha. Foi em Barcelona que passou a publicar as obras que renderam prestígio internacional como, por exemplo, “Los Detectives Selvajes” (Prêmio Rómulo Gallegos em 1998).
Já Cervantes, conhecido pelo clássico “Dom Quixote”, aparece nesta sessão com a obra “Novelas Exemplares”. A primeira incursão do autor na literatura foi em 1585, mas o espanhol não obteve sucesso. A publicação da primeira parte de “Dom Quixote”, muitos anos depois, foi que o consagrou como escritor. Em 1613 lançou a série de 12 contos intitulada “Novelas Exemplares”. O livro é um dos grandes clássicos da literatura, com histórias que expõem as virtudes e fraquezas humanas servindo de exemplo para o que se deve e não deve fazer.
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