País França
Direção Flávio Stein
Música (Vibrafone e Xilofone) Paulo Demarchi
Mediação Sandra Stroparo
Biografia
Filho de uma prostituta, de pai desconhecido, foi adotado por um casal de Morvan, na Borgonha. Naquele tempo era comum enviar às regiões rurais as crianças abandonadas da capital. Após abandonar a família adotiva, Genet passou a juventude em reformatórios e prisões onde afirmou sua homossexualidade. Colecionou uma sucessão de amantes, que o acompanharam pelo baixo mundo parisiense e conquistou a nata da intelectualidade européia. Suas primeiras obras, Nossa Senhora das Flores e O Milagre da Rosa, chamaram a atenção de Jean Cocteau, mas foi através da influência de Jean Paul Sartre que ficou famoso. Depois do suicídio de um de seus amantes e do amigo e tradutor Bernard Frechtman, ele próprio tentou matar-se. Genet atravessou a década de 1960 colhendo frutos de sucesso de seus romances, peças e roteiros. Mas, a partir dos anos 1970 até a sua morte, em 1986, engajou-se na defesa de trabalhadores imigrantes na França, assumiu a causa dos palestinos e envolveu-se com líderes de movimentos norte-americanos como Panteras Negras e Beatniks. Publicou suas memórias no livro "Diário de um Ladrão", onde narra suas aventuras e andanças pela Europa, suas paixões e seus sentimentos.
Indicações bibliográficas
Diário de um Ladrão. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.
Um Cativo Apaixonado. São Paulo: Arx, 2003.
Rembrandt. Rio de Janeiro: José Olympio, 2002.
O Ateliê de Giacometti. São Paulo: Cosac Naify, 2000.
Os Biombos. Rio de Janeiro: 7 Letras, 1999.
Os Negros. Rio de Janeiro: 7 Letras, 1998.
Nossa Senhora das Flores. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.
A Criança Criminosa. Lisboa: Hiena, 1988.
Querelle. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
Pompas Fúnebres. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
O Milagre da Rosa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
O Balcão. São Paulo: Abril, 1976.
SARTRE, Jean-Paul. Saint Genet: Ator e Mártir. São Paulo: Vozes, 2002.
[ O único meio que terão as pessoas importantes, as pessoas honestas de salvaguardar alguma beleza moral é recusar qualquer piedade aos rapazes que não a queiram. Pois não acreditem, senhores, senhoras, senhoritas, que lhes basta curvarem-se com solicitude, com indulgência, com um interesse compreensivo para a criança criminosa para ter o direito a seu afeto e a sua gratidão; seria necessário ser esta criança, seria necessário, também para vocês, ser o crime e santificá-lo por uma sorte magnífica, isto é, pela audácia de romper com a onipotência do mundo. Posto que nos dividimos – assim que quisemos, que arriscamos esta ruptura – entre os não culpados (não digo inocentes), os não culpados entre os quais vocês estão e os culpados que somos nós, saibam que é toda uma vida que vocês levarão desse lado da vitrine de onde crêem poder, sem perigo e para o seu bem-estar moral, nos estender uma mão. ]
[ trecho de A Criança Criminosa, tradução: Alejandra Gonzalez e Beatriz Gercman ]
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